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sexta-feira, 29 de abril de 2011


Abordagem Policial 

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Posted: 26 Apr 2011 01:21 PM PDT

A central de operações informa que um veículo da marca “X” de cor “Y” acaba de efetuar um assalto em determinada localidade. Informa ainda que o carro suspeito encontra-se nas proximidades de onde a viatura da guarnição “Z” está. A placa é desconhecida, mas a guarnição acaba encontrando um veículo “X” de cor “Y”, semelhante à descrição da central, passando devagar ao lado da viatura. A película nos vidros é escura, e não dá sequer para saber quantos ocupantes estão no veículo.
Neste momento, o que a guarnição policial deve fazer? Atirar no veículo suspeito – correndo o risco de acertar em inocentes ou mesmo em criminosos que não estejam esboçando reação? Acompanhar o veículo, correndo o risco de ser vítima de um disparo de arma de fogo? Realizar a abordagem ao veículo, fazendo com que os criminosos percebam que já foram identificados pela polícia?
A situação descrita ocorre cotidianamente na atuação policial, um dilema que envolve o risco da própria vida, e de pessoas inocentes. Quanto o leitor acha que vale o trabalho de quem se dispõe a passar por um risco do tipo?
Voltando à ação, digamos que tudo tenha dado certo. A guarnição realizou a abordagem, fez a busca no veículo, encontrou o fruto do roubo e as armas de fogo utilizadas no crime. Os suspeitos são presos em flagrante. Na delegacia, um dos policiais reconhece um dos presos como sendo seu vizinho, num bairro de periferia em que mora. A situação constrange o policial, que mesmo tendo cumprido seu papel legal, teme por uma possível represália do infrator.
No Brasil, e talvez no mundo, a desestrutura social é mãe do cometimento de certos tipos de delitos, notadamente aqueles que possuem em seu modus operandi a violência física, às vezes letal. O policial que reside em locais vulneráveis à criminalidade, corre o risco de ser vítima daqueles que vêem nele o inimigo em potencial.
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Um outro policial, alguns dias depois da prisão, ao pegar um ônibus coletivo para se deslocar a sua residência, encontra um outro integrante da quadrilha que prendeu – provavelmente solto mediante algum remédio jurídico que ignora a periculosidade de alguns criminosos. Os pontos vão passando e o policial torce para que possa chegar logo em sua casa.
Porém, em determinado momento da viagem, um assalto é anunciado, e, aparentemente, o sujeito preso outrora está fazendo a segurança dos assaltantes. Se você fosse o policial, caro leitor, estando armado ou não, o que acha que faria?
A melhor resposta para a pergunta seria “não estaria ali”. Provavelmente, se o policial estivesse em seu veículo particular, teria reduzidas as chances de passar por uma situação do tipo, pois além do controle das pessoas que entram em seu carro, os cuidados e atitudes preventivas na direção podem ajudar a evitar roubos e furtos.
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O policial chega a atuar como pedagogo, psicólogo e socorrista. Sem ter tempo hábil para consultar compêndios ou conselheiros, deve decidir rapidamente o que falar ou fazer em cada ocorrência, que pode ser num prédio de luxo no espaço imobiliário mais caro do país ou mesmo em meio à lama ou em ambiente rurais. O policial precisa entender o poliglota e o analfabeto, e dele é exigido o tratamento comum a ambos enquanto cidadãos.
Por esses e outros tantos aspectos, julgo que o policial deve ser “bem remunerado”, mesmo achando que não há valor que pague a exposição da vida própria e a salvação da vida alheia. Ser “bem remunerado” é dar o mínimo de dignidade a esses homens e mulheres que devem morar bem, se transportar bem e ter condições de frequentar, junto com sua família também sujeita a represálias, lugares adequados a sua atividade profissional.
A complexidade da atuação policial e o risco inerente a ela, impossível de se eliminar completamente, são justificativas plausíveis para que os policiais, mais do que qualquer outra categoria profissional, sejam bem remunerados. Este é um dos primeiros passos para o início de uma segurança pública de qualidade no país.

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segunda-feira, 18 de abril de 2011


Abordagem Policial 

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Posted: 17 Apr 2011 12:45 PM PDT

Na última sexta-feiraforam entregues ao Batalhão Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) sessenta viaturas no modelo Hilux SW4, no intuito de renovar a frota do Batalhão, que possui 14o viaturas, todas elas no modelo GM Blazer.
O detalhe relevante é que os novos veículos (modelo já utilizado pela Polícia Militar do Ceará), são dotados de Airbag, equipamento fundamental para proteger a integridade de motoristas e passageiros que estão a todo momento ultrapassando os limites convencionais de velocidade e manobras. Significativa evolução no rádiopatrulhamento da PMESP:
As novas viaturas são do modelo Hilux SW4 2.7 e possuem sistema de airbag, freios ABS e, por exigência operacional, o câmbio é mecânico. O novo modelo, além de maior potência, é mais espaçoso e permite o transporte adequado dos policiais e equipamentos para as atividades operacionais do batalhão. Para concretizar a compra foi realizado um estudo prévio de marcas que pudessem atender melhor à demanda da Polícia Militar. Na compra dos 60 veículos, que renovarão 35% da frota da Rota, hoje com 140 viaturas operacionais, o Governo do Estado investiu R$ 5,35 milhões. As viaturas substituídas serão disponibilizadas para outras unidades da Polícia Militar.
Não sei se as especificações técnicas do modelo agradam todas as exigências necessárias ao desempenho da atividade policial. Provavelmente existem incompatibilidades, já que as polícias brasileiras compram veículos convencionais e os transformam em viaturas, em vez de exigir veículos fabricados especificamente para este fim. Entenda melhor lendo o artigo “Novas Viaturas Policiais do Mercado Brasileiro“, do Tenente Alden.
De todo modo, é uma evolução, pelo conforto e potência dos novos veículos e pela já citada preocupação de dotar as viaturas com sistema de Airbag.

sábado, 9 de abril de 2011


Abordagem Policial 

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Posted: 08 Apr 2011 09:10 AM PDT

Na pior chacina ocorrida na história recente do Brasil, o papel de policiais militares do Rio de Janeiro foi imprescindível para estancar o já trágico banho de sangue. O sargento Márcio Alexandre Alves, 38 anos, o cabo Ednei da Silva, 33 anos, e o cabo Denilson Francisco de Paula, 32 anos, compunham a guarnição que adentrou ao colégio em que crianças estavam sendo mortas a tiros, no Realengo, Rio de Janeiro.
Segundo relato do sargento Márcio, que tem 18 anos de PMERJ, Wellington, autor do massacre, disparou duas vezes contra o policial, que reagiu, atingindo-o no abdômen. Posteriormente, o criminoso se matou.
São várias as possibilidades de desdobramento para uma ação como esta: os policiais poderiam ter sido atingidos, possibilitando a continuidade do massacre; o disparo do sargento poderia ter atingido algum inocente etc. Segundo a polícia técnica, o atirador ainda possuía 66 cartuchos não deflagrados, o que nos dá a dimensão do que poderia acontecer caso os policiais militares não atuassem.
O Governador Sérgio Cabral chamou os PM’s de “heróis”. O próprio sargento comandante da guarnição disse que “estava apenas cumprindo seu dever”. Ambos estão certos. Quem poderá explicar para os pais das crianças que sobreviveram que esses policiais não são heróis? Arriscar a vida, atuar no tênue limite da ação exitosa e trágica não é um ato de heroísmo? Julgo que sim.
Por outro lado, não há que se negar que este é o papel do policial militar. Não se pode exigir menos dele. Esta é a gênese da profissão. Por isso, falamos e cobramos aqui e em outros espaços a valorização do profissional policial, pois esta é a única, dentre todas as profissões, que vive permanentemente neste conflito, nesta vulnerabilidade – entre a vida e a morte, entre o êxito salvador e o fracasso trágico.
O sargento Márcio e os cabos Ednei e Denilson, são, sim, heróis. Heróis do cotidiano, que apareceram no pior morticínio que o Brasil já assistiu. Outros deles há, desvalorizados e ocultos, esperando não precisar de dores, sangue nem choro para que sejam lembrados e entendidos em seu heroísmo.

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quinta-feira, 7 de abril de 2011


Abordagem Policial 

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Posted: 05 Apr 2011 08:42 PM PDT

Para uma categoria que sempre reclamou, muitas vezes com razão, da desídia da opinião pública em relação a suas carências e reivindicações, a atenção que grandes meios de comunicação vêm dando à Proposta de Emenda Constitucional nº 300, a PEC 300, é algo louvável.
Quem mais uma vez citou a PEC 300, e publicou na página principal de seu blog, no portal da Revista Veja, comentários de leitores policiais descrevendo a situação de suas corporações, foi o jornalista Ricardo Setti, numa matéria intitulada “PMs de todo o Brasil relatam vidas dramáticas”:
“Amigos desta coluna, desde que começamos a acompanhar no blog, por dever profissional, a tramitação da proposta de emenda constitucional que fixa um piso salarial para policiais militares e bombeiros em todo o país, recebemos mais de 2.000 comentários de interessados de praticamente todos os Estados brasileiros.
Boa parte dos comentários, além conter apoio à chamada PEC-300 (que oficialmente já nem mais leva este nome), descreve as agruras da vida dos leitores PMs e bombeiros de todo o país. Entre as muitas experiências relatadas, a repórter Domitila Becker, meu braço direito, selecionou algumas para compartilhar com vocês.
Como jornalista, sei perfeitamente que os problemas das corporações não se limitam aos baixos salários. Há falta de treinamento e de critérios mais modernos de avaliação, regulamentos superados, equipamento sucateado ou insuficiente, poucas viaturas — e corrupção, abusos e violações dos direitos humanos, que muitos comandantes combatem, e outros não. Nos relatos abaixo, nos limitamos a reproduzir trechos de comentários em que policiais e bombeiros contam as durezas da vida de quem exerce um papel social importante, arrisca muito e ganha pouco.”
A provocação a jornalistas e blogueiros com alguma notoriedade no país, formadores de opinião conhecidos, pode ser uma boa estratégia de repercussão para a PEC 300, em contraposição à “operação abafa” que os governos realizam com alguns meios de comunicação. Se você lê/conhece/acompanha algum blogueiro que possa ajudar na repercussão do Piso Salarial Nacional para os policiais e bombeiros brasileiros, recomende e sugira a PEC 300 como pauta.
E não esqueça de deixar seu comentário no post do jornalista da Veja, um importante aliado no acompanhamento da PEC 300.

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Posted: 05 Apr 2011 01:17 PM PDT

Mais um episódio em que componentes de corporações da área de segurança pública se desentendem: Guardas Civis Metropolitanos tentam conter um Policial Militar de São Paulo, e um deles se exalta a ponto de dar um tapa no rosto do Cabo da PM. Segundo a reportagem, os GCM’s colidiram a viatura com o carro do policial, que seguiu os guardas, gerando o desentendimento. Se entre “colegas” esse tipo de descontrole ocorre, imaginemos com o público em geral…

sábado, 2 de abril de 2011


Abordagem Policial 

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Posted: 01 Apr 2011 08:12 AM PDT

Duas das principais corporações policiais militares brasileiras tomaram iniciativas importantes no que se refere ao fornecimento de material bélico na atuação de suas tropas: a PM do Rio de Janeiro irá realizar a aquisição de pistolas calibre .40 (lê-se ponto quarenta) para todo seu efetivo, que poderá utilizar o armamento fora de serviço, de acordo com notícia publicada no jornal O Globo:
Cada PM terá sua arma e a levará para casa, para maior controle e combate ao desvio
RIO – Todos os cerca de 40 mil policiais militares do estado receberão pistolas calibre .40 do comando da corporação. As armas ficarão acauteladas pelos PMs e cada uma delas será de uso individual e intransferível – como já ocorre na Polícia Civil. A medida, segundo o relações-públicas da PM, coronel Henrique Lima de Castro Saraiva, tem como objetivos possibilitar aos comandantes das unidades um controle maior sobre o armamento usado por seus subordinados e dificultar o desvio de armas. Cada PM será responsável pela sua pistola e terá que responder à corregedoria da corporação no caso de perda por qualquer razão.
A PM já adquiriu um lote de nove mil pistolas que serão distribuídas a unidades em breve. Outros lotes serão comprados ainda este ano. Outra medida adotada pelo comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio Duarte, foi determinar uma inspeção nos paiois de todas as cerca de 60 unidades da Polícia Militar – incluindo os 40 batalhões, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), as academias de formação profissional e até os hospitais – para saber a situação deles. Além de contabilizar a quantidade de munição, coletes, armas, armamentos químicos e não letais, as inspeções vão apontar possíveis desvios. Também serão vistoriadas as armas em poder de PMs cedidos ao Tribunal de Justiça e ao Ministério Público.
Já a Polícia Militar de São Paulo, anunciou a “aposentadoria” dos revólveres calibre .38, os “três oitões”, padronizando o uso das .40 por seu efetivo, conforme matéria da Folha:
Polícia paulista aposenta o “três-oitão”
Após quase 90 anos de serviços prestados à Polícia Militar de São Paulo, o “canela seca” aposentou-se das ruas. Também chamado pelos praças e oficiais como “três-oitão”, o revólver calibre 38 deixou de ser usado oficialmente em janeiro passado.
O revólver deu lugar à pistola .40, uma arma de uso restrito –não é vendida para civis–, mais moderna e eficiente, afirma o comando da polícia.
Segundo o comandante-geral da PM, Álvaro Camilo, o novo armamento tem um maior poder de impacto contra o criminoso e, ao mesmo tempo, com menor risco de o projétil transfixar o alvo e acertar terceiros.
A iniciativa das PMs do Rio e São Paulo direciona as corporações ao ideal de “condições de trabalho” que sempre é reivindicado, já que trata-se dum calibre mundialmente aceito como adequado para a atuação policial, por suas caracteristícas técnicas. Porém, algo não pode ser esquecido: instrução e treinamento são fundamentais quando estamos tratando dum tipo de equipamento que pode tirar vidas. Preparo psicológico, técnico e físico são indispensáveis, independentemente do tipo de arma que cada corporação utilize.